sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Post deliberadamente esquizofrênico.

Otávio Augusto é um dos maiores comediantes brasileiros, disso não tenho a menor dúvida. Outro dia, revendo O Torturador, do Antonio Calmon, não conseguia parar de rir quase sempre que ele entrava em cena. No clímax do filme, ele chama, do alto de uma escada, algum dos inúmeros inimigos que entravam no lugar. "Ei, sua bichona". Todos olham. "Eu chamei só um", ele diz, enquanto dispara tiros contra eles. Fora que ele passa o filme inteiro cantando músicas de Roberto Carlos (fase do medalhão, 73-81 - mais sobre essa fase em breve no melomania). Seu personagem, um mercenário bonachão, é o contraponto perfeito ao de Jece Valadão, o capitão que acaba de sair do presídio e faz e acontece com violência e jeitão de macho ("vou matá-la, pois ela é a única mulher do mundo que não me quer"). Calmon tem pelo menos um grande filme: Eu Matei Lúcio Flávio. E vários filmes que conseguem ser subestimados em alguns círculos e superestimados em outros (Menino do Rio, Garota Dourada, O Bom Marido, Nos Embalos de Ipanema...). O Torturador, longe de ser um filmaço, é dos mais interessantes. Mais ou menos como O Capitão Moura Contra o Doutor Brasil, tanto na irreverência quanto na capacidade de invenção (e na infâmia de vez em quando, devo dizer).