quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Pelts é simplesmente a melhor coisa que Dario Argento fez desde Terror na Ópera (gosto muito de Insônia, mas não me venham falar de Do You Like Hitchcock?). Uma única cena está anos-luz de qualquer coisa que saia dos novos cultores do horror, a dos guaxinins olhando para dentro da casa, pelas diversas janelas da cabana da Madame excêntrica que toma conta deles. Sombrio e estranho na medida certa. Argento não economiza em impacto. Pelts tem momentos dignos dos mais sanguinolentos da carreira dele. E a grande curiosidade é a escalação do roqueiro romântico e brega Meat Loaf. Sabia que ele era um ator interessante, mas em Pelts ele está ótimo. O filme ainda nos reserva uma leitura paralela à do terror como punição ao prazer carnal. Como as peles maravilhosas dos guaxinins leva quem as adora a cometer as maiores barbaridades contra o próprio corpo, o filme acaba sendo uma bela alegoria sobre a ambição desmedida e a necessidade do sucesso a qualquer custo. Para não falar da mensagem ecologista que podemos extrair dessa trama (e Argento riria muito se lesse isto aqui).