quinta-feira, 26 de abril de 2007



Vermelho como o Céu pode não ser uma maravilha à altura de Comencini e seu genial Quando o Amor é Cruel, mas se insere na mesma vertente melodramática. Se Cristiano Bortone escorrega em algumas opções na segunda metade do filme, acerta em cheio em alguns momentos líricos e de imensa beleza visual. A melhor cena é a que mostra o menino tornado cego por um acidente olhando pela janela e vendo dois borrões no lugar dos pais que lhe acenam. A câmera vai fechando na janela, e no lugar do que seria uma mudança habitual de foco para que víssemos os pais, vemos o foco se acertando para que continuássemos a ver borrões, ou seja, uma imagem desfocada, levemente esverdeada, de uma beleza muito evidente, sem ser espalhafatosa ou sinal de firula. É só um dos achados visuais de um filme que tinha tudo pra ser piegas, mas se equilibra nos limites.