quinta-feira, 22 de julho de 2004

A revisão de Verhoeven se encerrou ontem, com Showgirls. OK, o filme não é ruim como eu, por birra, acreditava. Mas todos os problemas ainda estão lá, só que não me incomodam mais. Pelo menos não a ponto de me fazer desgostar do filme. Acho que sua única postura ao tratar o tema deveria ter sido essa mesma, um mergulho no mau gosto. Mas esse mergulho é tímido, o filme é comportado demais pelo que se pretendia. É bom, principalmente por fazer de Gina Gherson uma personagem mais interessante que a protagonista. Apesar de que aquele final é muito bom, com a placa de Los Angeles aparecendo por trás do cartaz de Nomi. Gostaria de ver um mergulho mais profundo, mais mau gosto, menos filtros porno-softs. O texto do Ruy Gardnier (na nova edição da contracampo) faz crer que é um acinte ao cinema comportado dos Espaços Unibancos da vida, mas não chega nem perto. E a cadeia que se cria, com aquela loira que vai, aos poucos, se transformando em Nomi, que por sua vez se transforma em Crystal é óbvia e simplória. Como subversão, ele come muita poeira do filme seguinte dele, Tropas Estelares. Apesar disso, o escárnio com que o filme foi tratado na época do lançamento foi realmente injusto.