quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma das coisas boas de Jumper é que seu diretor, Doug Liman, não leva a coisa a sério. Samuel L. Jackson, para dar uma idéia, é o vilão de terno futurista e cabelos brancos como algodão, e Jamie Bell parece um tipo de duende, não dá para acreditar que ele seja importante na luta contra Jackson. O filme tem 88 minutos, passa depressa como uma diversão barata dos anos 60, e essa é sua maior qualidade. A parte ruim cabe às seqüências de ação, com o treme-treme habitual de Hollywood, e os efeitos visuais e a rapidez dos movimentos da câmera disfarçando uma falta de jeito para geografar o espaço de maneira inteligível.

Histórias Cruzadas, de Alice de Andrade, visto no É Tudo Verdade, deu uma baita saudade dos filmes de seu pai, Joaquim Pedro de Andrade. As cenas de clássicos como O Padre e a Moça, Couro de Gato, Os Inconfidentes e Guerra Conjugal são muito bem costuradas com imagens caseiras, de parte da turma do cinema novo com as crianças (Alice entre elas). Lembra Person, o filme dirigido por Marina Person sobre o diretor de São Paulo S.A., ainda que não tenha a mesma força.