Não sei se Os Reis da Rua é mesmo um bom filme. Sei que eu gostei de ver. Keanu Reeves está uma pedra como sempre, mas é uma pedra que acredita estar fazendo a coisa mais nobre do mundo. Um troglodita esperto que só pipoca no confronto final - claro, existe a máxima de que o confronto final deva ser o mais elaborado e parelho de todos. Claro também que é um dos momentos em que o filme parece se submeter ao um dos mais graves problemas do cinema de ação atual - a ignorância de um passado que o próprio filme se encarregou de construir para o personagem. São dois os personagens que sofrem com isso, e a cena da mensagem no celular, próxima ao final, é grotesca. Hugh Laurie (House) aparece sempre para clarear as coisas para o herói, e para dizer sobre o que é o filme, que se revela bem mais pessimista e cáustico do que parecia querer ser. Basta dizer que é a lei do cão, pior que o velho oeste. Los Angeles é um inferno sem salvação, como bem ilustra aquele sol vermelhão no horizonte.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Postado por Sérgio Alpendre às 23:35
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