segunda-feira, 21 de abril de 2008

Nós Somos Marshall é um filme sobre a dificuldade de se superar o luto. Quem espera uma ode à importância de se competir vai se decepcionar. O filme é muito mais amargo e dolorido do que eu podia imaginar. A direção de McG começa em ritmo de As Panteras, com um acúmulo de cortes rápidos e angulações das mais variadas. Após o acidente que mata 75 membros da equipe da Universidade Marshall, a direção se torna mais clássica e litúrgica. Em certo momento o personagem de McConaughey diz que o funeral acabou. Mas não acabou. Todos os suspiros de empolgação e felicidade que vemos a partir daí são espasmos isolados no meio do enterro, como piadas ditas pelo tiozão bonachão que fazem rir os que já se cansaram de chorar.

As cenas de futebol americano são o grande senão que tenho com o filme. Quando querem captar o calor do gramado, são inferiores às de Um Domingo Qualquer (Oliver Stone). Quando tentam mostrar o que se passa ficam abaixo das que tinham nas duas versões de The Longest Yard (a de Aldrich e a de Segal). Ainda assim, é um bom filme, e mesmo sem rever o do Aldrich (diretor de quem gosto muito mais hoje do que há cerca de 15 anos, quando conheci a maioria de seus filmes) me arrisco a dizer que é melhor que todos os acima citados.