Em 1983, Francis Ford Coppola lançava Jovens Sem Rumo (The Outsiders), revelando uma série de jovens atores que despontariam nos anos seguintes. Alguns sumiram tempos depois, outros, como Matt Dillon e Tom Cruise, construiram uma carreira bem sólida e eclética, a despeito do potencial limitado que mostravam naquele filme.
Em 1993, Richard Linklater repete o feito de Coppola e lança uma série de jovens artistas em uma espécie de American Graffitti que se passa nos anos 70: Jovens, Loucos e Rebeldes (Dazed and Confused). Um filmaço, sem dúvidas. É incrível como ele capta o clima de fim de aula, a vontade de descarregar a raiva nos calouros, a ânsia por uma longa noite de farras.
De todos os atores revelados - Matthew McConaughey, Parker Posey, Ben Affleck, Milla Jovovich, Adam Goldberg, Joey Lauren Adams - justamente o que faz o papel principal do filme não vingou no cinema, ficando restrito quase somente a séries e filmes para TV. Jason London faz Randy Pink Floyd, o jovem veterano que é amigo de todos, aparta brigas, aglutina pessoas de sensibilidades diferentes, um cara querido por todos. É um personagem encantador, assim como o calouro interpretado por Wiley Wiggins (outro que sumiu), que faz de tudo para se enturmar e se apaixonar rapidamente.
Linklater usa muito bem o rock que se ouvia na época - principalmente o que se curtia no sul dos EUA, já que a história se passa em Austin, Texas. Mas não conseguiu a música do Led Zeppelin que dá título ao filme. Uma outra faixa do grupo ele conseguiria, a duras penas, para o posterior Escola de Rock.
Para encerrar, cito Guilherme Martins, em texto para a Paisà 5 (capa Volver), que assino em baixo:
Jovens, Loucos & Rebeldes é um verdadeiro filme de amor. Amor à música, à uma cidade, aos personagens, e, principalmente, ao ato de sentir. Os jovens de Linklater são a essência do "estar aberto à emoção".
domingo, 20 de abril de 2008
Postado por Sérgio Alpendre às 00:57
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