domingo, 20 de abril de 2008

Em 1983, Francis Ford Coppola lançava Jovens Sem Rumo (The Outsiders), revelando uma série de jovens atores que despontariam nos anos seguintes. Alguns sumiram tempos depois, outros, como Matt Dillon e Tom Cruise, construiram uma carreira bem sólida e eclética, a despeito do potencial limitado que mostravam naquele filme.

Em 1993, Richard Linklater repete o feito de Coppola e lança uma série de jovens artistas em uma espécie de American Graffitti que se passa nos anos 70: Jovens, Loucos e Rebeldes (Dazed and Confused). Um filmaço, sem dúvidas. É incrível como ele capta o clima de fim de aula, a vontade de descarregar a raiva nos calouros, a ânsia por uma longa noite de farras.

De todos os atores revelados - Matthew McConaughey, Parker Posey, Ben Affleck, Milla Jovovich, Adam Goldberg, Joey Lauren Adams - justamente o que faz o papel principal do filme não vingou no cinema, ficando restrito quase somente a séries e filmes para TV. Jason London faz Randy Pink Floyd, o jovem veterano que é amigo de todos, aparta brigas, aglutina pessoas de sensibilidades diferentes, um cara querido por todos. É um personagem encantador, assim como o calouro interpretado por Wiley Wiggins (outro que sumiu), que faz de tudo para se enturmar e se apaixonar rapidamente.

Linklater usa muito bem o rock que se ouvia na época - principalmente o que se curtia no sul dos EUA, já que a história se passa em Austin, Texas. Mas não conseguiu a música do Led Zeppelin que dá título ao filme. Uma outra faixa do grupo ele conseguiria, a duras penas, para o posterior Escola de Rock.

Para encerrar, cito Guilherme Martins, em texto para a Paisà 5 (capa Volver), que assino em baixo:

Jovens, Loucos & Rebeldes é um verdadeiro filme de amor. Amor à música, à uma cidade, aos personagens, e, principalmente, ao ato de sentir. Os jovens de Linklater são a essência do "estar aberto à emoção".