Vez em quando dou uma dessas. Vou conferir um filme sem saber quem é o diretor, atraído mais pelo trio de atores - Mark Ruffalo, Joaquin Phoenix, Jennifer Connelly e, de quebra, Elle Fanning, a irmã da Dakota, e Mira Sorvino. Enquanto entro na sala, uma virada trágica para a esquerda me faz bater o olho no enunciado do cartaz (antes até de ler o nome do diretor): do mesmo diretor de Hotel Ruanda.
Ah, tá. Esse foi um dos poucos filmes que eu fiz questão de não ver. Podem chamar de preconceito, pois foi isso mesmo. Por tudo que tinha ouvido falar dele e pelo trailer, decidi que não ia perder duas horas da minha vida vendo aquilo. E olha que eu vejo muita bobeira. Bem, resolvi entrar na sala mesmo assim.
E não é que Terry George me surpreendeu com Traídos pelo Destino (Reservation Road)? Pelo menos até a cena da foto que colo aí em cima, um momento chave em que os pais se encontram pela primeira vez depois da descoberta de Phoenix. Dali em diante o filme começa a cair. Não muito, mas entra num território já mais explorado dos choramingos, e George não parece muito à vontade para abraçar o melodrama. Fosse um Luigi Comencini da vida, ou mesmo um Gabriele Muccino, eu ia sair do cinema com os olhos inchados. Ainda assim, fez com que eu pensasse em conferir, ém alguma tarde de ócio, o tal Hotel Ruanda.
Os atores estão bem, como eu esperava. Aprendi a gostar do Joaquin Phoenix na marra, e dos outros dois sempre gostei. Mira Sorvino tem uma voz meio chata, e era ainda mais na época de Poderosa Afrodite. Mas cresceu como atriz, e está ainda mais bonita.
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