Inverno é o primeiro longa-metragem de Carlos Gerbase, e foi rodado em super 8 no inverno de 1982. Não é bom como Deu Pra Ti Anos 70, nem como Verdes Anos, mas tem um ritmo e uma maneira de ser fiel à solidão do personagem que me lembraram Rapado, a estréia de Martin Rejtman, quase uma década depois. Werner Schünemann cai como uma luva nesse personagem meio perdido, que suporta uma namorada meio besta e uma turma de idiotas por pura falta de coisa melhor. Mudar para o interior? Não, muito saudável, muito verde, prefere a fumaça da cidade grande. Há um momento que eu ainda não decidi se é patético de uma forma que queima o filme, ou se é forte e impactante, a cena chave do filme. Trata-se do casal anormal que passa por eles, e fica indiferente à zombaria de toda a turma com a exceção de Schünemann. Ali ele percebe que é infeliz, pois está ao lado de quem desdenha a felicidade dos outros. É claramente a cena chave do filme, mas talvez tenha passado um pouco do tom e caído na escrotização pura e simples. Destoa de todo o resto, mas talvez por isso mesmo pareça tão exagerada. O aleijado do casal que passa imune a eles é o futuro diretor de Anjos do Sol, Rudi Lagemann
sexta-feira, 14 de março de 2008
Postado por Sérgio Alpendre às 00:32
|