Observações rápidas:
- na revisão, em película no Arteplex, Paranoid Park se revelou uma obra-prima, na mesma altura dos grandes Elefante e Mala Noche. É realmente impressionante o trabalho que Gus Van Sant faz com a música, e a maneira como ela se relaciona com a mente conturbada do protagonista. Filmaço que flui muito fácil, a despeito de seu tema perturbador. Tanto a escrever que me sinto travado.
- e não é que gostei de O Gangster? Falaram tão mal desse filme do Ridley Scott que, como eu já não sou muito chegado ao cinema dele (embora não odeie como muitos amigos), estava esperando no máximo algo meia-boca. Mas a atuação de Denzel Washington já vale a ida ao cinema. E a direção é bem segura e funcional, tirando umas pequenas ridleyscottices, como por exemplo o insert ultra rápido de um assassinato do gangster enquanto ele conversa seriamente pela primeira vez com sua futura esposa. Russel Crowe também está muito bem, ainda que seu personagem seja um tanto poliana demais para provocar empatia. Felizmente, Scott não exagera nas firulas. Bem depois dos distantes Os Duelistas, Alien e Blade Runner, ele volta a fazer um bom filme.
- já tentei fazer essa lista de diretores preferidos que os blogs amigos estão fazendo umas três vezes desde a estréia do Chip Hazard. Nunca consegui. Prometo "pensar" em tentar de novo. É que o trabalho de seleção, e a constatação posterior de que fui injusto é tão certa, que eu desanimo logo no início. Enquanto fico na dúvida, me divirto com a lista dos outros.
- para encerrar, o parágrafo inicial de um texto de Jean-Luc Godard sobre Juventude, Divino Tesouro e o cinema de Ingmar Bergman:
"There are five or six films in the history of the cinema which one wants to review simply by saying, 'It is the most beautiful of films.' Because there can be no higher praise. Why say more, in effect, about Tabu, Voyage to Italy or Le Carrosse d'or? Like the starfish that opens and closes, they can reveal or conceal the secret of a world of which they are the sole repository and also the fascinating reflection. Truth is their truth. They secrete it deep within themselves, and yet with each shot the screen is rent to scatter it to the winds. To say of them, 'It is the most beautiful of films', is to say everything. Why? Because it just is. Only the cinema can permit this sort of childish reasoning without pretending shame. Why? Because it is the cinema. And because the cinema is sufficient unto itself. In singing the praises of Welles, Ophüls, Dreyer, Hawks, Cukor, even Vadim, all one need say is, 'It's cinema.' And if we conjure the names of the great artists of past centuries for purposes of comparison, we have no need to say more. On the other hand, one cannot imagine a critic praising the latest Faulkner novel by saying, 'It's literature'; or the latest Stravinsky or Paul Klee by saying 'It's music. It's painting.' And even less so of Shakespeare, Mozart or Raphael. It would never occur to a publisher, even Bernard Grasset, to launch a poet with the slogan, 'It's poetry.' Even Jean Vilar, when reviewing Le Cid, wouldn't dream of announcing it on the posters as 'It's theatre.' Whereas 'It's cinema' is more than a password, it's the war-cry of both film-publicist and film-lover. In short, to assert its own existence as its justification, and by the same token to draw its aesthetic from its ethic, is for the cinema by no means the least of its privileges. Five or six films, I said, +1, for Summer Interlude is the most beautiful of films."
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Postado por Sérgio Alpendre às 02:59
|