La Terza Madre (2007), de Dario Argento
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Duas grandes decepções:
- as cenas de assassinato e suspense se baseiam muito mais no susto e na brutalidade do que na atmosfera, que era onde elas costumavam se ancorar nos filmes clássicos do diretor. Dessa maneira, não encontramos cenas brilhantes como a do assassinato do cego, ou a da câmera como ponto de vista do corvo (outros exemplos existem).
- o confronto final é bem mixuruca, o que coloca a perder muito daquilo que Argento construiu tão bem durante o filme: a crença de que o inimigo está ainda mais poderoso. Ora, se a terceira mãe era mais forte que as anteriores, e a personagem de Asia Argento tinha poderes que ela mal conhecia, é de se estranhar a maneira simplória com que o mal é derrotado no filme.
Daí me lembrei de Il Cartaio, que o tempo todo brinca com o que nos acostumamos a ver nos filmes de Argento, e tive uma leitura paralela, muito mais por diversão do que por exercício crítico: Argento era fã do metal tradicional, e vê nas seitas do Black, Doom, Death, sei-lá-o-quê Metal o mal do mundo. A turma do mal se veste como discípulos do doom metal vindo da escandinávia, e a trilha sonora não apresenta Goblin, Iron Maiden ou Motorhead, mas músicas sacras. Não há atmosfera, porque o metal tradicional abriu espaço para suas vertentes maléficas quando se abriu também ao progressivo (basta lembrar dos longos e trabalhados arranjos de Master of Puppets, do Metallica). Como a escandinávia invadiu a europa em termos de extremismo musical, as pessoas agora andam como loucas, matando amigos e brigando na rua por nada. É um brincalhão esse Dario Argento.
TOP 5 Argento:
1) Suspiria (1977)
2) Prelúdio para Matar (Profondo Rosso, 1975)
3) Terror na Ópera (Opera, 1987)
4) O Gato tem Nove Caudas (Il Gatto a Nove Code, 1971)
5) Phenomena (1985)
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