Mostra SP – filmes de sábado e domingo, dias 30 e 31 de outubro
5x2 – François Ozon *
Ozon consegue alguns momentos de interesse, principalmente nos episódios 2 e 5 (curiosamente os dois números do título). Mas os outros padecem do mal de Ozon, no qual a câmera parece mais desinteressada, e o diretor busca efeitos mais poéticos com menos entrega aos personagens. Visto no Arteplex 1.
O Quinto Império – Manoel de Oliveira * * * *
A segunda obra-prima absoluta da Mostra (Cinco foi a primeira, as outras eram pequenas obras-primas). A perfeita simetria de seus enquadramentos, o tempo certo do corte, a maestria na movimentação quase inexistente da câmera - ela está o tempo todo estática, mas quando resolve se mexer, muito discretamente, quase imperceptível, o movimento é genial – são coisas que tornam a definição “teatro filmado” um absurdo. Visto em seqüência no Arteplex 1, antes de apertos de mão do bom velhinho e dois minutos de sua sabedoria no hall do Frei Caneca.
(domingo de eleição)
Oh, Homem – Yervant Gianakian e Angela Ricci Lucchi * *
Documentário sobre a primeira guerra que lembra o cinema de Pelechian. A pesquisa de imagens e a montagem, que mostra as atrocidades num crescendo que busca o questionamento, são os maiores trunfos de um filme forte e que deve ser visto. Primeira sessão do domingo, já às 18:10, no DirecTV 2, onde encontro com várias pessoas, incluindo Inácio Araújo, Ruy Gardnier e Eduardo Valente, que gostaram do filme Um Dia Depois do Outro, do Gitai.
Sangre – Pablo Cesar * *
Um jeitão de filme esboço, com ações que parecem não encenadas, e momentos muito bons de poesia, que chega pela construção, não pela imposição. Filme que mostra personagens problemáticos, que chegam perto da escuridão, mas acabam por procurar a luz. Um belíssimo plano final. Visto no Cinearte 1, com um som horroroso, que deve ter feito o diretor morrer de vergonha.
Old Boy – Chan-wook Park * *
OK, o filme tem vários momentos de ruindade. Mas seus grandes momentos, e até quem não gostou do filme os reconhece, foram o suficiente pra mim. O bom uso do scope e da música, que o Chiko achou irritante (e respeito a opiniáo dele), além da esperteza do diretor em usar e abusar de artifícios do cinema cult oriental, fazem do filme uma peça irregular, mas tocante de cinema para sábado a noite, se é que isso existe. Wong Kar-Wai com Takashi Miike, ainda que seja a diluição dos dois. Visto no Esp.Unibanco 1.
segunda-feira, 1 de novembro de 2004
Postado por Sérgio Alpendre às 12:34
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