sábado, 9 de outubro de 2004

Deu pra fazer ainda hoje, com pressa. Perdoem uma possível leviandade.

Os filmes que eu vi no Festival do Rio:

Era Uma Vez no Oeste – Sérgio Leone (Odeon) * * * *
O começo do festival em alto estilo. Não importa que era a cópia mutilada. Ver em tela grande o brilhante tratamento de espaço de Leone, e os movimentos de câmera perfeitos.
Somersault – Cate Shortland (Esp. Unibanco 2) 0
Os problemas de uma adolescente filmados por uma diretora sem a menor noção de enquadramento. Poderia até ser simpático, mas é só anódino.
The Woodsman – Nicole Kassell (Est. Botafogo 1) *
Muitos momentos interessantes e uma interpretação especial de Kevin Bacon (provando que Clint Eastwood ensinou-o a se portar diante de uma câmera) fazem ointeresse desse filme irregular.
Quando Explode a Vingança – Sérgio Leone (MAM) * * * *
Duck, you sucker! CABRUMMM. Antológico é pouco.
No Mundo de 2020 – Richard Fleischer (MAM) * *
Meio picareta, mas sempre interessante (principalmente por ser picareta). Não é dos grandes Fleisher, ficando a milhas de Os Novos Centuriões, o filme anterior.
Água Viva – Kyoshi Kurosawa (Esp. Unibanco 2) * *
Uma decepção, mas se trata de um bom filme, mais por planos isolados (e antológicos) do que por uma unidade de atmosfera nunca alcançada.
Casa dos Bebês – John Sayles (Est. Paissandu) * *
As imagens durante os créditos, a conversa de Maggie Gyllenhall com o namorado, e o final antológico já fazem deste um bom filme de Sayles, ainda que inferior ao Brother From Another Planet.
Capitão Sky e o Mundo de Amanhã – Kerry Conran (Est. Botafogo 1) *
Filme simpático que melhora na segunda metade, com a demolição de todas as possibilidades exageradamente românticas sendo bombardeadas.
O Coração é Traiçoeiro Acima de Todas as Coisas – Asia Argento (Esp. Unibanco 2) *
Mais um filme anódino. Não entendi a comoção do Valente e do Gardnier. Tem seus momentos, mas no geral é uma bobagem feita pra impressionar públicos de festivais.
Undertow – David Gordon Green (Est. Botafogo 1) * *
Outro filme irregular, mas que mostra o talento de Gordon Green. Preciso ver o filme anterior (Prova de Amor), muito elogiado por vários amigos.
Alexandria, Nova York – Youssef Chahine (Esp. Unibanco 1) *
Chahine desta vez não trabalhou muito bem a junção de kitch e subversão, magistral em A Outra. O filme se desgasta durante uma duração excessiva, que não se justifica. E a piada que de início parece uma boa sacada (americanos falando árabe) se esgota com meia hora de projeção.
Um Dia Quente de Inverno – Stéphane Vuillet (Esp. Unibanco 1) * *
Um dos melhores finais de filme do festival, o que engrandesce ainda mais este filme bem simpático, ainda que com momentos pouco inspirados, principalmente no início, com uma indecisão no posicionamento da câmera que incomoda bastante. Nesse caso, o desleixo formal parece limitação, antes de tentativa de imprimir estilo.
A Última Vida no Universo – Pen-Ek Ratanaruang (Esp. Unibanco 1) *
É o típico filme de festival, com posições estranhas (e burras) da câmera e um andamento que parece buscar a poesia a cada seqüência, raramente a encontrando.
Anatomia do Inferno – Catherine Breillat (Esp. Unibanco 1) * * *
O filme mais ousado (entre os que vi) de Breillat desde Une Vrai Jeune Fille. Ousadia sempre salutar, com questionamentos intelectuais que não incomodam e a tradicional habilidade dela em filmar olhares e corpos femininos se movimentando. Uma ode à condição feminina de deflagradora e ameaçadora ao mesmo tempo.
Por um Punhado de Dólares – Sergio Leone (E. Unibanco 1) * * * *
Joe...Oh, Joe...Joe.