terça-feira, 13 de abril de 2004

Corta-se o excesso, fica a essência do cinema. Mas essa essência é dilatada ao exagero. O paroxismo levado à condição de arte reverente. Paroxismo e paradoxo, pois ao mesmo tempo em que evita-se o excesso, pega-se a essência e transforma em excesso. Complicado? Kill Bill Vol.1 é isso e muito mais. O filme de Tarantino mais ligado às suas referências. Como se quisesse romper os estágios que o levavam aos seus filmes anteriores. Em Jackie Brown, sua melhor obra antes da revolução, o movimento foi inverso. Autor inquieto e diabólico, sabe que seu cinema é feito de paixão e liquidificador. Tenta entender os filmes que vê, através de seus próprios filmes. Ou eu fiquei chapado pela torrente de amarelo-vermelho. Na saída, Guilherme Martins parecia tão chapado quanto eu. Com pressa trabalhista, não pude verificar as impressões de Paulo Santos Lima e Cleber Eduardo. Tarantino virou grande cinema. E cinema de moleque. Frases não subordinadas.