comentários sobre filmes vistos:
- Revi Kill Bill no tal do Kinoplex, aquele com som THX, supervisionado pelo George Lucas. A projeção é realmente muito boa, a melhor de São Paulo, provavelmente. E o filme só melhora. O que bateu desta vez foi o uso espetacular das músicas, sempre entrando na hora certa, uma experiência sensorial inigualável. O final é especialmente sublime, com a voz de Bill dando um grande gancho pra segunda parte e encerrando-se para a entrada da música. Kill Bill é uma genial brincadeira com os sentidos do espectador. O assobio de Daryl Hannah é de arrepiar.
- Fim de Caso revisto parece mais um oportunismo da alinearidade tão em voga nestes tempos, mas tudo ali tem sua razão de ser. Ora se obedece à memória do narrador, ora a sua leitura do diário da amada. Julianne Moore arrasa, mas Stephen Rea e Ralph Fiennes também. Comentários, pelo pouco que vi, bem interessantes de Neil Jordan.
- Annie Hall cai na revisão. Não me incomodo com auto-indulgência. Acho um sintoma menor na questão da autoria. Seus truques narrativos é que cansam um pouco. São usados durante todo o filme, deixando-o com o ritmo desigual. Falta paixão, também. Como se Allen não estivesse apaixonado por Keaton, fazendo com que todo seu encanto ficasse disfarçado de intelectualismo. Ainda assim, um filme que permanece forte.
- Tinha gravado do Telecine, mas só agora vi Eu, Eu Mesmo e Irene, dos irmãos Farrelly. É bem irregular, com um casal que nem sempre funciona. em alguns momentos, carrey carrega o filme sozinho. Mas tem seus momentos, principalmente no sempre delicado tema da deficiência física. Só os irmãos conseguem trabalhar no limite do desrespeito sendo muito respeitosos.
- Meu primeiro contato com a carreira de Jesus Franco, Faceless (assinando Jess Franco) foi catastrófico. O filme não se sustenta nem mesmo como influência (confessa ou não?) de A Outra Face. Bom, o que poderia ser interessante, a troca de rosto, torna-se mero fetiche sádico. Como ele tem uma enormidade de filmes, claro que devo dar novas chances, apesar de tamanha frustração.
Devo rever Christine por esses dias. E conhecer mais um Bresson.
terça-feira, 27 de abril de 2004
Postado por Sérgio Alpendre às 15:40
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