Só agora pude ver Shrek (o primeiro), nem perto de ser bom como vários amigos falaram, mas muito longe do lixo que alguns (amigos também, claro) contracampistas pregam. É triste ver que, para Fiona casar com Shrek ela tem de assumir sua condição de monstrenga, mas o mais grave é que, fosse o filme fiel às suas intenções de brincar inteligentemente com as fábulas, não haveria tal planificação de A Bela e a Fera, com a total destruição das sutilezas psicológicas lá contidas (eu disse psicológicas, não psicologizantes). Pega-se um material rico e torna-o simplista e conformista. Tem seus momentos, mas poderia ser bem melhor, e agredir menos a inteligência do espectador.
Timeline, de Richard Donner, começa bem esquemático, com cenas que só servem para apresentar didaticamente os personagens. Depois engrena, e ameaça ficar bem legal, com uma divertida viagem pelo tempo e uma interessante discussão sobre a necessidade de se aprender com o passado. Quando o filme revela sua estrutura pouco ambiciosa, ele patina, pois Donner parece muito pouco interessado em filmar cenas de ação.
domingo, 27 de junho de 2004
Postado por Sérgio Alpendre às 23:01
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