quarta-feira, 16 de junho de 2004

Revisão Clint Eastwood

Rota Suicida continua bom como sempre foi, infelizmente. Gosto de mudar de opinião, para o bem ou para o mal, mas o filme tem problemas sérios de ritmo, além de uma gratuidade que nada traz de convincente, plasticamente ou de justa inserção na trama, a não ser um desejo do diretor de ver como ficava a execução de sua idéia. Nada de muito errado nisso, mas a longa seqüência do ataque ao ônibus, no meio da cidade de Phoenix, não é bem filmada. Simples. Poderia deixar-nos aflitos, ou anciosos para que eles saiam vivos. Não é o que acontece. Um climax que não se justifica como tal. Sondra Locke foi a surpresa, já que nunca fui muito fã dela, e agora me encantei com sua prostituta afável, louca de amores pelo policial beberrão feito por Clint. Todas as cenas de carinho entre os dois, principalmente a que vem logo depois do quase estupro do vagão de trem, são muito boas.
Impacto Fulminante é mais problemático. Em certos momentos pode-se perceber o desinteresse do diretor. E o que é aquele musak horroroso no início? Aquilo atrapalha a digestão do filme até pelo menos um terço de sua duração. Alguns belos momentos salvam o filme da mediocridade (climax no parque de diversões, o mafioso sendo atacado por Harry Callahan bem no casamento de sua filha, o primeiro olhar apaixonado de Sondra Locke para Harry). Vindo do diretor, poderia se esperar bem mais. Um duas estrelas justas. (sorry, Bruno)