Dois filmes vistos: Cazuza e Doze é Demais. Cazuza vai bem mal até a metade, com Cazuza retratado como um imbecil que andava por aí dizendo frases feitas. Um pastiche dionisíaco. Um processo hagiográfico (admitindo-se que seja um elogio à excentricidade do artista) já cometido por Oliver Stone no fraco The Doors. Depois que ele fica sabendo que está com AIDS, o filme toma um ritmo mais contemplativo, com o artista amargurado, e consequentemente mais humano. Não é bom, mas está longe de ser um lixo. Doze é Demais é um filme agradável de se ver, muito pelo trabalho de atores (e Steve Martin e Bonnie Hunt estão ótimos). Levy tinha um belo trunfo nas mãos e não desperdiçou. Só que o filme é conservador pacas, e carrega nas tintas do preconceito contra interioranos (dá uma falsa impressão de que todo americano de cidade grande é fascista). Mesmo o diretor do time que contrata Martin desdenha de sua opção pelo campo. A equação entre crítica e sátira não foi muito bem feita. Vi no blog do Renato e fiquei com vontade de ver, mas provavelmente nunca iria pegar na locadora. Aí veio o Beto, com quem divido o apartamento, com esse e Lance de Sorte da locadora. Escolhi esse, apesar de não ter visto ainda o filme do Jordan. Não posso dizer que me arrependi.
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