quarta-feira, 3 de março de 2004

Um Lobisomem Americano em Londres (1981) - John Landis * * * *
--Say knoc knoc
--Who's there?
--No. You say knoc knoc.
--knoc knoc.
--Who's there?
--Who?

Mais um da série filmes-vistos-no-início-da-cinefilia-devem-ser-revistos. Não achava grande coisa este filme que sempre me pareceu bem inferior ao de John Dante (Grito de Horror, 1981). Vendo a belíssima edição em DVD do filme, fica claro que Landis, antes de pretender qualquer entrelinha de cunho político, algo que mesmo assim não é descartado, lançou-se num verdadeiro estudo do gênero. O terror adolescente com pitadas de humor, e que ganhou o apelido de terrir, ainda viraria moda naquela mesma decada de mortos vivos e reanimators. Landis não quis assustar, aterrorizar sua platéia, mas dialogar inteligentemente com os ingredientes do universo do filme de terror. É um filme, antes de tudo, para cinéfilos. Vale lembrar duas seqüências geniais que comprovam o desinteresse de Landis pela simples manipulação do espectador em favor a um ludismo com as regras estabelecidas pelo gênero: a do sonho, onde David se vê, no pântano, deitado numa cama de hospital e sendo observado pela enfermeira - passagem rápida que introduz o terror psicológico no filme - e toda a parte em que ele entra no cinema a procura de Jack, o cadáver. Vemos o filme que passa na tela do cinema, uma piada em si, e genial. Em seguida Jack apresenta os outros cadáveres, ainda frescos, vítima da ferocidade de David quando lobishomem. As várias versões de Blue Moon mais Moondance de Van Morrison fazem da trilha uma delícia maior.