quinta-feira, 24 de julho de 2008

Quando vi O Porteiro da Noite pela primeira vez, em VHS, achei muito barulho por nada. Tudo ali me pareceu fazer sentido unicamente pelo choque, e como eu tinha visto Berlin Affair, da mesma Liliana Cavani, na mesma época, praticamente me desinteressei pela diretora, a não ser pouco tempo depois quando a TV exibiu Atrás Daquela Porta, igualmente inflado e besta. Agora revi O Porteiro da Noite, que é seu filme mais elogiado, no Belas Artes, e o filme, curiosamente, me pareceu uma nulidade como há muito tempo eu não via. São 110 min de um nada cinematográfico, com flashbacks "artísticos", interpretações hipnotizadas (claro, é um filme de arte), personagens incoerentes (e não estou falando da incoerência que existe em todos nós, mas numa incoerência anterior, que invalida qualquer pensamento, qualquer construção ou representação), o que é grave porque temos dois grandes atores em cen: Dirk Bogarde e Charlotte Rampling. Liliana Cavani teve a manha de fazer um dos filmes mais insossos e estúpidos sobre um tema forte e pertinente. Um atentado a qualquer noção de dramaturgia