sábado, 23 de abril de 2005

Estou muito longe de ser um expert no cinema da Santíssima Trindade italiana formada por Mario Bava, Lucio Fulci e Dario Argento. De Argento conheço um pouco mais, mesmo assim, nunca revi os filmes que conheço, então não posso dizer que entendo perfeitamente seu cinema. A descoberta de Vozes Profundas, de Lucio Fulci, na última sessão dupla do Comodoro, me fez pensar na similaridade de intenções entre esse filme e o último Argento que vi (O Jogador de Cartas). Ambos me pareceram filmes que brincam com a própria carreira (algo que Fulci já tinha feito em Cat in the Brain), além de levar ao limite do risível os clichês do gênero. Um tipo de afronta à platéia preconceituosa que lhes negava prestígio, ou mesmo legitimidade. Entre os filmes citados, Vozes Profundas me agradou mais, talvez por ter algumas das melhores seqüências que vi no cinema de Fulci (as de sonho, por exemplo). E por conseguir realizar essa intenção paródica com mais ambigüidade.