terça-feira, 5 de abril de 2005

Continuando com o hábito de defender o esquecido Peter Yates, resolvi ver o DVD de Nossa, Que Loucura (For Pete's Sake, 1974). O filme é até engraçado em alguns momentos, mas, não sei dizer exatamente como, deixa a desejar. E não é culpa da Barbra Streisand. Uma tentativa de prosseguir no caminho de Essa Pequena é uma Parada, do Bogdanovich. Só que é um filme bem menos maluco e bem menos engraçado. Yates vinha de Os Amigos de Eddie Coyle, um baita filme, mas resolver tentar a comédia maluca e se deu mal. O que me incomoda é que eu não consigo escrever sobre o que não me agrada no filme. Essa incapacidade crítica me deixa mais insatisfeito ainda. Como se o filme fosse um enorme bolo sem recheio, ou um enorme saco plástico cheio de ar.

Em compensação, Krull, devidamente revisto após pelo menos 15 anos permanece uma agradável aventura. Filme brega e desavergonhado de sê-lo, com espadas duelando com raios laser. Uma espécie de "aventura de Simbad" atualizada para a época Star Wars. Filme que diz muito sobre o ano em que foi feito, 1983. Foi o ano do visual new-wave, dos neons, dos cabelos com permanente. É o filme mais abertamente arriscado de Yates, em contraponto ao Fiel Camareiro, o mais "de prestígio", feito por ele no mesmo ano. Ano em que O Retorno de Jedi dividia o circuito com Fanny & Alexander. Várias tomadas parecem existir só pra mostrar o dinheiro gasto na produção: gruas desnecessárias, planos gerais para mostrar os extras, efeitos vindo da forma mais inusitada possível. Apesar de tudo, o filme diverte, e muito. Peter Yates enquadra bem, movimenta muito bem a câmera (mesmo com os exageros citados), e tem plena consciência de que está emulando um tipo de cinema que saiu de moda, fazendo-o parecer com algo que estava em moda. Mas começo a achar que este texto está mais confuso que o filme...