O Amigo Oculto mostra duas coisas: que o diretor John Polson, quando quer, cria belos planos, como no início, com a criança no giratório e na homenagem ao A Filha de Frankenstein, já no final do filme. E que essa mania de colocar uma virada radical e inesperada na trama já encehu o saco. O trabalho dele com os clichês dá pro gasto até a revelação do antagonista (que era tão óbvia que deixava uma quase certeza de que não seria confirmada... mas foi, infelizmente). Aí se perde a boa possibilidade do filme para se entrar no território fácil dos sustos, gritos e caretas. Os clichês começam a incomodar, e mesmo quando a sensação de que fomos enganados se desfaz parcialmente com o plano final, ficamos com uma forte impressão de que Polson se preocupou muito mais em valorizar o maldito truque de roteiro do que a relação pai e filha que ameaçava se tornar interessante. Nos quinze minutos finais, até as boas idéias depõem contra o filme.
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