quinta-feira, 17 de março de 2005

A diferença entre Caminho sem Volta e Little Odessa, numa visão desatenta, é a presença de Mark Whalberg no primeiro, e de Tim Roth no segundo. Não é bem assim, mas os atores de certa forma imprimem um ritmo diferente em cada filme. Little Odessa tem muito mais peso trágico. O que faltou a Caminho sem Volta foi um rigor que transformasse o dilema de Whalberg em algo crível, já que o ator depende muito de como o diretor aproveita sua inexpressividade. Foi assim como F. Gary Gray e com Tim Burton. James Gray não soube aproveitar sua cara de rapper fora dágua. Não é o que acontece em Little Odessa. E por mais que o filme carregue nas cores e filtros (o filme puxa para o sépia, a não ser quando o irmão interpretado por Furlong aparece sozinho, aí o filme adquire cores mais frias), o trabalho de Gray é notável, principalmente por conseguir a atmosfera necessária ao drama familiar que se desenvolve. O que se nota, acima de tudo, é que são filmes de um mesmo diretor, e de que ele tem algo a dizer.