terça-feira, 1 de março de 2005

Jogos Mortais é um filme débil. Não se trata de desprezar as características modestas da produção. Nem de reagir a um incômodo estilo de montagem de planos curtíssimos, alternando com câmera trêmula, menos para deixar de situar o espectador, criando uma sensação claustrofóbica e mais para acentuar uma limitação em construir um jogo em que poderíamos crere nos envolver. Um filme que se propõe a construir sua trama ao redor de diversas regras impostas pelo antagonista deveria ter um roteiro mais cuidado. É muita inconsequência, o que anula a surpresa final, que poderia até funcionar, fosse Wan capaz de utilizar o péssimo roteiro a seu favor. Como? Deixando de ser refém das várias incongruências da trama e apostando numa criação de atmosfera para acentuar o desespero dos prisioneiros. Quando cai no erro de querer justificar o porquê de alguém estar naquela situação de vida ou morte, as coisas pioram ainda mais. Chega-se a justificar o comportamento doentio do serial killer de maneira canhestra, como se ele fosse uma cobaia de uma experiência errada. Não gosto muito de escrever sobre filmes que não gostei nem um pouco, mas este blog é, antes de tudo, um exercício, e como tal deve ser encarado. Posso achar tudo isso uma bobagem amanhã, ou daqui a pouco, mas gosto da idéia de registrar um fluxo leviano de pensamento.