Bunny Lake is Missing, de Otto Preminger = obra-prima. Nada menos que isso. Pra começar, Preminger conseguiu deixar Laurence Olivier contido, quase minimalista. Proeza que valeu ao ator uma de suas melhores atuações. E Olivier, sério, olhando atentamente o aparelho de TV que passa um show do Zombies (banda que estava estourando naquele ano, 1965), diz muito sobre a vontade do diretor em entender o que estava acontecendo na Londres maluca de meados dos anos 60. Zombies faz parte da segunda onda da "british invasion", boom de bandas inglesas que estouraram nos EUA. No filme, é o ambiente dos pubs que invade a classe média conservadora britânica. Olivier observa tudo com imensa vontade de apreender tudo aquilo. É um dos melhores usos do scope em todos os tempos, mas isso não é surpresa.
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