Gabrielle, de Patrice Chéreau, tem certamente seus penduricalhos inúteis, com frases estampadas na tela para remeter à obra original, de Joseph Conrad. Mas é melhor que os dois últimos do diretor, Intimidade (2001) e Seu Irmão (2003). Especialmente bom quando encena toda a burguesia, os olhares de desaprovação ou espanto, do que quando fica no casal. Isabelle Huppert está bem como a esposa que tem um caso com outro homem, e Pascal Greggory está excelente como o marido traído e atormentado, mas Chéreau quase se perde em cortes que buscam reforçar o sentimento de ruptura, mas nem sempre conseguem, muitas vezes se limitando a causar um ruído de transmissão que vai na contramão do filme. Ruídos são interessantes, mas não devem ser usados sem um pensamento, uma idéia maior que permite uma colisão com o todo.
domingo, 11 de maio de 2008
Postado por Sérgio Alpendre às 18:10
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