sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Pego o jornal de hoje para ver as estréias de cinema e o que encontro? Sub cinema comercial de países diferentes. Daniele Luchetti (de filmes ordinários como A Escola), volta com Meu Irmão é Filho Único. Um dos genéricos mais desinteressantes de Hollywood volta com um terceiro episódio, A Múmia - Tumba do Imperador Dragão. Quem viu o trailer de Quando Estou Amando, de Xavier Gianolli sabe que dá para esperar, no máximo, que o filme não seja constrangedor. Em cartaz, dá para contar nos dedos de uma mão os grandes filmes: Allen, Chabrol, Kar-wai... nomes já tarimbados, que mesmo assim de vez em quando falham de aparecer em nossos cinemas.

É por isso que quando aparece um filme melhorzinho como A Questão Humana muita gente recebe como se fosse uma obra-prima, ou um filme besta como O Segredo do Grão passa como se fosse grande arte. Ou ainda o Batman - do qual até gosto - é saudado como uma lição de dramaturgia, o que permite reações igualmente exageradas de quem só o enxerga como lixo.

Sei lá... não gosto desse tipo de post apocalíptico, que fica parecendo mais auto-promoção (posar de rigoroso e revoltado sempre causa impressões, boas e más), e vocês bem sabem que eu estou de saco cheio de tanta auto-promoção que vejo por aí. Ainda mais que sempre aparece quem diz que as coisas sempre foram assim, que os períodos de vacas magras sempre aconteceram no circuito comercial (o que não deixa de ser verdade, mas desta vez as vacas já morreram de desnutrição). Mas não podia deixar de traduzir em palavras um estado de desânimo com essas distribuidoras cautelosas demais e de gosto médio demais, e com a impressão de que as coisas só vão piorar com essa maldita projeção digital. Claro que um Straub não tem espaço neste cenário, nem mesmo um Rohmer, e até De Palma quando ousa um pouco mais é desprezado. Assim, volto às raridades que posso ver em casa, como o belíssimo Une Page Folle, de Teinosuke Kinugasa, que, como maneira de enfrentar a mediocridade vigente, coloquei para ilustrar o post.