quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

Uma descoberta mais que tardia:

Once Upon a Time in China (1991) * * * *
Once Upon a Time in China II (1992) * * *
Once Upon a Time in China III (1993) * * *


São os três que contam, não é mesmo? Os três com a parceria Jet Li – Tsui Hark. E também não poderia falar dos outros, pois não os vi. Nota-se nesses três primeiros, um acréscimo no humor e na inverossimilhança das cenas de luta, cada vez mais delirantes, com lutadores que voam e se movimentam como libélulas. Nada a ver com a qualidade. Gosto mais do primeiro, e menos do terceiro, por outros motivos. No primeiro, havia uma necessidade de apresentar os personagens, coisa que Tsui Hark não gosta muito de fazer e deixa propositalmente na superfície. Sobram belos momentos de poesia, como o amor que brota entre o mestre Wong Fei-Hung (Jet Li) e Aunt Yee (Rosamund Kwan) . E a amizade entre o mestre e seu pupilo atrapalhado. Do amor, vem a bela cena, retomada nos outros dois, da carícia pelas sombras refletidas na parede. Da amizade, vem quase todas as lutas, coreografadas com mão de mestre, e que mostram a arte de Jet Li.

No segundo, quase tão bom, temos um interessante contexto de protesto aos estrangeiros. White Lotus é um grupo que responde violentamente ao domínio inglês, ameaçando também a tranquilidade dos chineses. Wong Fei-Hung se vê obrigado a defender os ingleses, e outros doutores que participavam de uma conferência. Belo e ambíguo retrato da época, e cenas de luta de primeira.

No terceiro, somos apresentados à nova técnica de imagem em movimento. Uma câmera cinematográfica é apresentada para o encanto de Aunt Yee. É um dos pontos altos do filme. Assim como os momentos mais íntimos entre o mestre e Siu Qun (a outrora Aunt Yee). Já a tão falada seqüência de luta com as máscaras eu acho meio aborrecida, como aliás todas as cenas com as máscaras. A melhor cena de luta é, disparado, aquela em que o mestre se vê trancado num restaurante com o chão sujo de óleo.