Comentários descompromissados, à moda do início deste blog:
- Eu realmente não entendo o fascínio que Napoleon Dynamite (2004) exerce em alguns. O filme de Jared Hess é ainda pior que o posterior Nacho Libre, que é outra bobagem cometida por ele. A concepção visual é das mais imbecis. Kip conversa com o tio na porta de casa. Corta para Kip, no centro do plano médio, com o braço direito do tio aparecendo. Corta para o tio, no centro do plano médio, com o braço esquerdo de Kip aparecendo. Fica clara a tentativa de enquadrá-los sempre no centro, como um esforço que eles devem fazer para serem "enquadrados" na comunidade, no colégio, onde quer que seja. São seres diferentes buscando uma maneira de se anular sendo iguais aos outros, e infelizes por não conseguirem. Hess parece querer brincar também com o tempo do humor, sempre inusitado e impressionando pela imobilidade dos atores em cena. Mas não deu certo. E muito porque Jon Heder é ruim demais nesse filme, pelamordedeus. Em Escola de Idiotas ele nem tá grande coisa, mas tá muito melhor. O que prova que Jared Hess é pior que Todd Philipps. Aí nem com reza brava.
- Finalmente vi Carga Explosiva (The Transporter, 2002), de Cory Yuen. Começa bobo, mas depois esquenta. O que mais me impressionou foi o ritmo, com as seqüências de ação se alternando muito bem com as pausas para descanso. Jason Stathan é muito interessante como ator de ação. O final é um tanto murcho.
- Finalmente, mais uma chance para Walter Hill, o irregular diretor que passou os anos 80 fazendo filmes medianos, voltou a fazer algo de bom nos 90, mas nada que se comparasse aos seus ótimos três primeiros filmes, dos anos 70. Os Saqueadores (Trespass) é de 1992. E é bem fraquinho, convenhamos. Tenho certos entraves para aceitar uma comédia involuntária de erros, que só se justifica porque os personagens são extremamente burros, e fazem de tudo para piorar cada situação. O filme até tem seus momentos, e um final simpático (e previsível), mas é muito frouxo nas soluções dramáticas e no aproveitamento de atores que já renderam muito melhor - notadamente Ice T, Ice Cube e Bill Paxton
- Mais uma revisão de Ligado em Você (Stuck on You, 2003), o melhor filme de Peter e Bobby Farrelly. Momentos mágicos: o clipe informal de "Alone Again", grande hit de Gilbert O'Sullivan; a volta de Walt, com a jukebox o traindo; a primeira aparição do namorado adolescente de Cher; a cena no hospital com os médicos imigrantes dando uma falsa impressão (We lost them); Matt Damon dizendo "I'm alone" para um transeunte; "trinta centímetros" e muitos outros...
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Postado por Sérgio Alpendre às 02:07
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