Um Crime de Mestre, de Gregory Hoblit, se assemelha a um daqueles filmes de viradas de roteiro que no final te fazem de otário, por ter muita mirabolância para pouca criatividade. Hoblit, com a ajuda de um roteiro eficiente de Daniel Pyne e Glenn Gers, até que se sai bem na condução da trama, sabendo se aproveitar da persona criada por Anthony Hopkins, e da qual ele nada faz para se livrar - logo, ponto para quem souber se usufruir dela. Ryan Gosling está ótimo mais uma vez, em um personagem que tendia a provocar antipatia no espectador, mas o ator consegue se equilibrar fazendo com que essa ameaça não se concretize. Acabamos vendo um duelo de gigantes, que termina, por incrível que pareça, com uma virada meio óbvia e previsível na trama. Ou seja, quando a virada é mirabolante, reclamamos, quando é simples, reclamamos também? Mais ou menos. Nesse caso, o que prevaleceu foi uma certa decepção, pois o jogo era tão engenhoso, que seria ótimo se tivesse um desfecho no limite do exagero, com o sério risco de cair na armadilha Nove Rainhas. Do jeito que ficou, dá pra ver, e só.
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