Alpha Dog, de Nick Cassavetes, é uma tremenda decepção. Mesmo que eu não esperasse um grande filme, o diretor já havia feito um filme bem simpático sobre o amor que resiste ao passar dos anos, Diário de uma Paixão, logo, esperava, pelo menos, um outro filme simpático, atento à inexperiência dos jovens californianos. No entanto, Alpha Dog se revela um exercício de representação da idiotia da classe alta.
Digressão (copyright Frodon - não gosto das críticas dele, mas dessa idéia eu gostei): um amigo meu, nascido nos EUA, me disse certa vez que a Califórnia é a região do mundo com a maior concentração de imbecis que ele já tinha visto. Como é um cara viajado e inteligente, guardei essa informação.
Pois o filme de Cassavetes sugere exatemente isso. Mas acompanhar o cotidiano de imbecis não chega a ser o maior problema do filme. O que pega mesmo é sua incapacidade de tornar crível as decisões mais estúpidas que alguém poderia cometer. Esse momento da escada (na foto acima) é um deles. Formalmente, Alpha Dog também deixa a desejar por ser o feijão com arroz habitual de Hollywood, cheio de planos/contraplanos óbvios e câmeras se mexendo a esmo. Até um cenário tosco, que nada tem a ver com o que o filme passava até então, aparece no final. E, sinceramente, aquele depoimento da mãe é uma das coisas mais constrangedoras a passar nos cinemas este ano. Uma pena mesmo.
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