sábado, 26 de maio de 2007

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a volta do blog de festivais da Revista Paisà, com a cobertura diária do Festival de Cuiabá.

aproveitando, visitem o site da revista, que está atualizado.

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boa leitura

terça-feira, 22 de maio de 2007


Alpha Dog, de Nick Cassavetes, é uma tremenda decepção. Mesmo que eu não esperasse um grande filme, o diretor já havia feito um filme bem simpático sobre o amor que resiste ao passar dos anos, Diário de uma Paixão, logo, esperava, pelo menos, um outro filme simpático, atento à inexperiência dos jovens californianos. No entanto, Alpha Dog se revela um exercício de representação da idiotia da classe alta.
Digressão (copyright Frodon - não gosto das críticas dele, mas dessa idéia eu gostei): um amigo meu, nascido nos EUA, me disse certa vez que a Califórnia é a região do mundo com a maior concentração de imbecis que ele já tinha visto. Como é um cara viajado e inteligente, guardei essa informação.
Pois o filme de Cassavetes sugere exatemente isso. Mas acompanhar o cotidiano de imbecis não chega a ser o maior problema do filme. O que pega mesmo é sua incapacidade de tornar crível as decisões mais estúpidas que alguém poderia cometer. Esse momento da escada (na foto acima) é um deles. Formalmente, Alpha Dog também deixa a desejar por ser o feijão com arroz habitual de Hollywood, cheio de planos/contraplanos óbvios e câmeras se mexendo a esmo. Até um cenário tosco, que nada tem a ver com o que o filme passava até então, aparece no final. E, sinceramente, aquele depoimento da mãe é uma das coisas mais constrangedoras a passar nos cinemas este ano. Uma pena mesmo.

sábado, 19 de maio de 2007


Todd Phillips permanece como um diretor que acompanho sem muito entusiasmo. Talvez Escola de Idiotas seja seu melhor filme, mas é de se lamentar sua ausência de olhar para o espaço cênico, e para como os atores se comportam nesse espaço. Que não me venham falar que Penetras Bons de Bico sofre do mesmo problema. Não sofre. David Dobkin, além de ter um tempo melhor para as gags, ainda sabe explorar o scope, coisa que o Phillips não faz em momento algum, com exceção da bela cena em que o idiota principal vê a garota que ama com seu professor em um bar - se bem que a cena seria praticamente igual se não fosse em scope. O elenco está muito bem, principalmente Billy Bob Thornton. E é mais um filme que dá pra ver na boa, e até rir em alguns momentos. Mas faltou mesmo um equilíbrio maior de tom e ritmo.

quinta-feira, 17 de maio de 2007


Um Crime de Mestre, de Gregory Hoblit, se assemelha a um daqueles filmes de viradas de roteiro que no final te fazem de otário, por ter muita mirabolância para pouca criatividade. Hoblit, com a ajuda de um roteiro eficiente de Daniel Pyne e Glenn Gers, até que se sai bem na condução da trama, sabendo se aproveitar da persona criada por Anthony Hopkins, e da qual ele nada faz para se livrar - logo, ponto para quem souber se usufruir dela. Ryan Gosling está ótimo mais uma vez, em um personagem que tendia a provocar antipatia no espectador, mas o ator consegue se equilibrar fazendo com que essa ameaça não se concretize. Acabamos vendo um duelo de gigantes, que termina, por incrível que pareça, com uma virada meio óbvia e previsível na trama. Ou seja, quando a virada é mirabolante, reclamamos, quando é simples, reclamamos também? Mais ou menos. Nesse caso, o que prevaleceu foi uma certa decepção, pois o jogo era tão engenhoso, que seria ótimo se tivesse um desfecho no limite do exagero, com o sério risco de cair na armadilha Nove Rainhas. Do jeito que ficou, dá pra ver, e só.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Tava revendo trechos de Convite ao Prazer enquanto lia e respondia e-mails. Sei não, mas a obra de Walter Hugo Khouri precisa ser reavaliada. Há muito mais ali do que os detratores apregoam. Meus preferidos dele são Palácio dos Anjos, Noite Vazia e As Amorosas, nessa ordem; com Eros, Convite ao Prazer, Estranho Encontro e A Ilha correndo por fora. Talvez Amor Estranho Amor e As Feras mereçam brigar também. E ainda não vi As Filhas do Fogo, As Deusas e mais algum outro.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Transylvania é um pouco melhor que Exílios, o filme anterior de Tony Gatlif a estrear no Brasil, porque como o diretor escolhe um ator (ou atriz) para colar sua câmera - e desta vez temos Asia Argento no lugar do chato Romain Duris - acompanhamos com maior prazer o desenvolvimento da trama e o desespero do personagem. Novamente é um mergulho ao inferno pessoal de uma mulher, só que desta vez, ela está na frente, em destaque na narrativa. E não temos Duris para tentar roubar o estrelatro para si. Gatlif pode, então, se perder com a atriz num labirinto de musicalidade cigana e gestos de transe (alguns bem forçados, é verdade), em meio a uma sensibilidade especial, ainda que falta uma cena tão forte e sublime quanto a do transe em Exílios. O plano final, no entanto, é um primor. E não teria como deixar de ser: o nosso sorriso de compaixão é garantido.

terça-feira, 8 de maio de 2007


A primeira vez que vi Cartola, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda, foi sonado, em Tiradentes, no dia em que havia chegado à cidade. Tive a certeza de que não estava nem com 20% da concentração, o que me fez querer rever o filme quando ele estreasse em circuito. Semana passada, no mesmo dia da última sessão comodoro, revi o filme no Espaço Unibanco, e percebi várias coisas que não havia percebido na primeira vez. Que existem dois filmes, um antes e outro depois da entrada no túnel; que os comentários com imagens de filmes brasileiros obedecem a um crescendo que dá ao filme um ritmo perfeito; que pouco se fala de coisas óbvias e sempre presentes em hagiografias desse tipo (o nariz, o motivo do apelido, a discografia). Quem não conhece a carreira do músico não tem a noção de que ele só gravou quatro discos, e o primeiro foi já com 65 anos. Mas essa ausência de certo didatismo, por incrível que pareça, favorece o clima adotado pelo filme. Revi hoje, na última sessão, para acompanhar o meu irmão, fã de velha guarda e de Noel Rosa, e o filme finalmente bateu. Todas as minhas impressões foram confirmadas, mas apenas hoje eu achei seu andamento perfeito, sua montagem brilhante, e a maneira como as músicas são inseridas fundamentais para que se saia do filme mais leve. Segundo meu irmão, foi uma violação dos sentidos, e devo dizer que concordo com ele. Cada vez mais o filme me parece, senão à altura do gênio do compositor (o que seria impossível), bem digno de levar seu nome.
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Começou hoje a parceria da Paisà com a REA, Revista Espaço Acadêmico. A revista é editada por Antonio Ozaí da Silva, e conta com excelentes textos sobre diversos assuntos.
A página merece visitação constante, e o texto inicial é o que saiu na edição impressa da Paisà #8, de autoria de Juliano Tosi: um ensaio sobre o genial diretor Ozualdo Candeias.

domingo, 6 de maio de 2007


Conte de Cinema, de Hong Sang-soo, é uma bela ode à vida, mesmo que as razões para que os personagens pensem em suicídio não pareçam tão convincentes. A câmera do diretor insite em zooms que procuram isolar personagens dentro de um quadro composto por outros personagens. O zoom não existe, aqui, só para isolar os personagens que mais interessam, mas para destacá-los de um todo, deixá-los em maior relevo. Além disso ainda temos, sem didatismo, o curta do diretor que adoece introduzindo o filme, com créditos e tudo, para depois percebemos que o que seguiremos é a vida de duas pessoas que assistiam ao curta inicial em um cineclube. Uma delas é a própria atriz do curta, outra é um amigo de colégio do diretor. Fala-se muito em suicídio, em sacrifício, em recuperação, mas o que vemos é uma brilhante analogia à própria condição do cinema, que se renova quanto mais se aproxima de um perigoso limite. A arte de Hong Sang-soo nunca é óbvia, como mostra a brilhante cena dentro do curta introdutório, quando a visão subjetiva do ator nos mostra o cartaz de um filme que está afixado à sua frente, mas quando a câmera volta para ele, tornando-se novamente objetiva, ele já está de costas, se afastando de nós, ao contrário do que mandaria a cartilha da linguagem narrativa. Palmas para Hong Sang-soo.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Nova atualização do site da revista Paisà.

http://www.revistapaisa.com.br/anteriores/ed8/criticas.shtm

além das críticas de cinema e dvd, ainda temos discos e a página com Ranma 1/2 (ainme e mangá)

boa leitura