sexta-feira, 23 de julho de 2004

Ontem vi Zombie, filmaço de Lucio Fulci. Um filme com um tempo peculiar, algo meio zumbi, como se a vida prosseguisse em câmera lenta. Li alguém reclamando dos atores, o que é uma bobeira. Direção de atores é um aspecto menor na mise-en-scène de Fulci, mais preocupada em procurar o tempo ideal, em planos estranhos e gélidos. Todo o filme parece acontecer num tempo suspenso, isolado, uma outra dimensão que não pode ser compreendida senão à distância, com o passar do tempo. Melhor criação de atmosfera é impossível. A sequência da briga de um zumbi com o tubarão é um primor, e aquele final, com a marcha de zumbis é um dos melhores finais que vi nos últimos tempos. A marcha da dominação, selvagem, crua, lenta e alienada.  Visto em VHS tirado de DVD da Anchor Bay, formato scope.