quarta-feira, 5 de maio de 2004

Caos profissional que deve ser remediado no início da semana que vem. Peço desculpas por qualquer possível atitude casca grossa em posts ou comments em blogs de amigos. Fruto de pressa, nunca de desrespeito. Caos profissional vimos eu e Guilherme ontem na poltrona dura do CCSP (bom, chamar aquilo de poltrona é exagero). Cuidado com a Puta Sagrada, de Fassbinder. Em sua biografia, mal escrita, mas muito interessante, conta que o filme retrata as filmagens de Whity, na Espanha, três meses antes. Toda a trupe do antiteatro é retratada em tons nada generosos. Seria o canto de cisne da companhia de Fassbinder, assim como de seu romance com Gunther Kauffman (ator de quase todos os seus filmes anteriores). Gunther até recebe um tratamento simpático, talvez seja o único. Nem o diretor, primadona com ataques histéricos e desrespeitosos é poupado. É o pai de O Estado das Coisas, do Wenders. Só que onde Wenders filma o desencanto, Fassbinder filma um acerto de contas necessário. Um acerto de contas filmado divinamente, com várias das marcas registradas do diretor (travelling circulares, olhares analisantes dos personagens, dança sensual de Hanna Schygula...).