segunda-feira, 15 de outubro de 2007


Abriu uma nova locadora perto de casa, onde sempre funcionou outras locadoras, desde a época dos videos piratas, pré-selados (por sinal, quando vi Robocop 2 antes de estrear nos cinemas daqui). 5 filmes por 6 dias por 10 reais.

- O Preço de Uma Verdade, de Billy Ray, tem aquele senso de ritmo raro que eu já tinha visto no mais recente Quebra de Confiança. Afinal, um editor deve se preocupar primeiramente em defender os seus redatores, ou com a credibilidade do veículo para o qual trabalha? Claro que as duas coisas, a não ser que a credibilidade dependa da confiança no redator. Ray foi muito inteligente na maneira como deixa as decisões em suspenso por um tempo, deixando que o espectador também pense na melhor solução para o problema. A falsa palestra acaba se revelando um truque de roteiro que, ao contrário da maioria das vezes, possibilita essa dubiedade na empatia com os personagens. Não sabemos nunca se Hayden Christensen é um picareta do bem ou do mal, e o filme não o julga. E ficamos sabendo só no final que Peter Sarsgaard não é simplesmente um puxa-saco, mas um editor responsável, afinal. Pelo menos no filme (já que é uma história real).

- Recém Casados é de longe o pior filme do irregular Shawn Levy, e se isso não servir de aviso, o fato de eu ter ficado com raiva de Ashton Kutcher e Brittany Murphy deveria servir.

- Memórias de um Assassino, de Bong Joon-ho, é um belo policial. A direção é mais funcional do que em O Hospedeiro, mas a habilidade do diretor está na maneira como alterna métodos mais vagarosos do detetive de uma cidade pequena com a virulência e impaciência - e em alguns momentos, a perspicácia - do detetive de Seul. Os últimos vinte minutos são o ponto alto do filme, ao contrário de O Hospedeiro, que tem uma meia hora inicial perfeita, mas depois cai um pouco.

- O Confronto, de James Wong, é mais bobo e absurdo que qualquer outro com Jet Li que eu tenha visto. Mas é legal, e ainda conta com Jason Stathan - que tem um carisma que não sei de onde vem, e Carla Gugino - musa de sempre. O filme foi pensado para The Rock, que preferiu fazer O Escorpião Rei, passando a bola para Jet Li. Já imaginaram o casal The Rock - Gugino? Não, aí teria que ser outra atriz. O que certamente me decepcionou no filme são as cenas de luta.

- Fibra de Valente, de Phil Karlson, passava na TV aberta, quase com certeza naquelas sessões do SBT, legendadas e dubladas ao mesmo tempo. Lembro de alguns trechos, mas não o vi inteiro. Trata-se de um filme seco, violento, que lembra um pouco Marcas da Violência. Quando o porrete não resolve, entra o revolver. Mas o porrete não será esquecido. Um belo filme, valorizado pela interpretação de Jon Don Baker e pela direção econômica de Karlson. A imagem do DVD da Ocean é horrível, com alternâncias de cores e em tela cheia. Mas é open frame, ou seja, vemos toda a área captada pela câmera, sem a janela de correção, o que garante a aparição de coisas que deveriam ficar fora dos planos, como vemos na foto no alto.