sexta-feira, 13 de abril de 2007



O que me incomoda em O Cheiro do Ralo não é o protagonista ser escroto, ou ele ter um castigo no final - apesar de que aquele espancamento é de uma estupidez absurda. O que pega é a incapacidade de Heitor Dhalia em assumir que queria fazer um exercício de estilo, e de se livrar do texto do Mutarelli. O filme tem alguns bons momentos justamente quando foge de seu foco principal e abraça uma inconsequência estranha. Mas Dhalia realmente não se decide se continua brincando ou se segue com a história de um ser desprezível. E descamba totalmente a partir da rebelião dentro do escritório. Selton Mello está bem, mas não redime o filme de ser uma peça esquizofrênica que briga o tempo todo contra suas melhores possibilidades. Ainda assim, é um progresso em relação a Nina.