sábado, 28 de abril de 2007

Alguns dos filmes que vi nas últimas semanas (porque, confesso, minhas anotações dia-a-dia estão caóticas)

revisões em negrito

Assim Falou o Amor - John Cassavetes (DviX) * * * *
O Mestre das Armas - Ronny Yu (E.Uni1) * * * *
Shadows - John Cassavetes (Cinesesc) * * * * *
A Rainha - Stephen Frears (Arteplex 1) * * *
A Morte de um Bookmaker Chinês - Cassavetes (Cinesesc) * * * * *
Pecados Íntimos - Todd Field (Arteplex 3) *
Pequena Miss Sunshine - J. Dayton & V. Faris (Arteplex 8) *
A Conquista da Honra - Clint Eastwood (Arteplex 8) * * * *
Cartas de Iwo Jima - Clint Eastwood (Arteplex 9) * * * *
Dreamgirls - Bill Condon (Arteplex 2) * * *
A Grande Família, o Filme - Maurício Farias (Arteplex 3 - RIO) mico
Piratas do Caribe: O Baú da Morte - Gore Verbinski (DVD) *
A Névoa - Rupert Wainright (DVD) * *
Scoop - O Grande Furo - Woody Allen (E.Uni 1) * * *
Venus - Roger Michel (Arteplex 5) *
Cão sem Dono - Beto Brant e Renato Ciasca (Cinesesc) * * *
Museu de Cêra - Andre DeToth (DVD) * * * *
Sonhos com Xangai - Wang Xiaoshuai (Arteplex 8) * * *
Le Départ - Jerzy Skolimowski (DviX) * * * *
Idlewild - Bryan Barber (DVD) * * *
Hércules 56 - Silvio Da-rin (E.Uni 2) * *
No Rastro da Bruxa Vermelha - Edward Ludwig (VHS) * * * *
O Fantasma dos Mares - Mark Robson (DviX) * * * *
Carnival of Souls - Herk Harvey (DviX) * * * *
300 - Zack Snyder (Arteplex 1) * * *
Movimento em Falso - Wim Wenders (DviX) * * *
A Casa Sinistra - James Whale (DviX) * * * *
Nos Domínios do Terror - Sidney Salkow (DviX) * * * *
Blood Sucking Freaks - Joel M. Reed (DviX) * * *
Exilados - Johnnie To (Popcine) * * * * *
Caixa Dois - Bruno Barreto (Central Plaza 4) mico
A Canção da Esperança - John Cassavetes (DviX) * * * *
Minha Esperança É Você - John Cassavetes (DviX) * * *
Gloria - John Cassavetes (DviX) * * * *
Amantes - John Cassavates (VHS) * * * * *
Baixio das Bestas - Cláudio Assis (R.Cultural1) * *
Querô - Carlos Cortez (Cinesesc) * * *
Marcas da Vida - Andrea Arnold (Arteplex 4) * * *
O Cheiro do Ralo - Heitor Dhalia (E.Uni2) *
Miami Vice - Michael Mann (Cinesesc) * * * *
Câmera Olho - Dziga Vertov (DVD) * * * * *
Réquiem para Lenin - Dziga Vertov (DVD) * * * *
O Homem Com a Câmera - Dziga Vertov (Equipe) * * * * *
Sunshine - Danny Boyle (Arteplex 2) * *
Estranha Perfeita - James Foley (Arteplex 4) mico
Ó, Paí, Ó - Monique Gardenberg (Arteplex 2 - Rio) *
A Colheita do Mal - Stephen Hopkins (Arteplex 9) *
Motoqueiros Selvagens - Walt Becker (Arteplex 1) *
De Volta para o Futuro - Robert Zemeckis (DVD) * * * *
De Volta para o Futuro II - Robert Zemeckis (DVD) * * *
De Volta para o Futuro III- Robert Zemeckis (DVD) * * *

Chamas da Vingança - Tony Scott (DVD) *
A Última Cartada - Joe Carnahan (Arteplex 7) *
Vermelho como o Céu - Cristiano Bortone (Cinesesc) * * *
Inferno - Danis Tanovic (DVD) *
Lua Cambará: Nas Escadarias do Palácio - Rosemberg Cariry (Popcine) * *
Música e Letra - Marc Lawrence (DviX) *
Um Lugar na Platéia - Danielle Thompson (B.A.-Villa Lobos) * * *
Ódiquê? - Felipe Joffily (B.A. Villa Lobos) mil micos
Minha Mãe Quer que Eu Case - Michael Lehmann (Arteplex 3) mico

sexta-feira, 27 de abril de 2007


Letra e Música se assemelha demais ao filme anterior do roteirista Marc Lawrence (de Miss Simpatia I e II), Amor à Segunda Vista - na verdade, seu primeiro filme como diretor. Até a presença de Grant no par romântico central reforça essa idéia. Isso acontece porque Lawrence, ao contrário da idealista personagem de Drew Barrymore, pretende seguir uma fórmula, a da comédia romântica, com a atração mútua que sentem duas pessoas aparentemente de temperamentos opostos, a desilusão e posterior resignação do casal, geralmente de ambas as partes, sendo que uma delas pede perdão de maneira espalhafatosa e fulminante. Nada de errado com a fórmula, mas ela precisa de ingredientes dosados na medida certa, ou pelo menos de um novo tempero para funcionar. Aqui, só funciona bem na primeira metade, quando ainda vemos opções narrativas interessantes - o trivial, mas com um mínimo de frescor, principalmente pela atuação de Grant e Barrymore, excelentes como sempre. Depois, só sobra a atuação deles, pois tudo é tão esquemático e pobre, com direito às reações caricaturais dos personagens secundários - todos na platéia do show que acontece no clímax do filme. Letra e Música é o triunfo da fórmula sobre a inspiração, bem de acordo com o que querem os marqueteiros musicais de plantão.

quinta-feira, 26 de abril de 2007



Vermelho como o Céu pode não ser uma maravilha à altura de Comencini e seu genial Quando o Amor é Cruel, mas se insere na mesma vertente melodramática. Se Cristiano Bortone escorrega em algumas opções na segunda metade do filme, acerta em cheio em alguns momentos líricos e de imensa beleza visual. A melhor cena é a que mostra o menino tornado cego por um acidente olhando pela janela e vendo dois borrões no lugar dos pais que lhe acenam. A câmera vai fechando na janela, e no lugar do que seria uma mudança habitual de foco para que víssemos os pais, vemos o foco se acertando para que continuássemos a ver borrões, ou seja, uma imagem desfocada, levemente esverdeada, de uma beleza muito evidente, sem ser espalhafatosa ou sinal de firula. É só um dos achados visuais de um filme que tinha tudo pra ser piegas, mas se equilibra nos limites.

domingo, 22 de abril de 2007



De Volta para o Futuro (Back to the Future, 1985) * * * *

De Volta para o Futuro II (1989) * * *
De Volta para o Futuro III (1990) * * *
Revisão da série de aventuras que homenageia os seriados dos anos 60, particularmente os produzidos por Irwin Allen, além de ter sido influenciada por The Twilight Zone (No Limite da Realidade), transformada em longa metragem de episódios em 1983 por Landis, Dante, Spielberg e Miller. Uma cena pode ser considerada genial no primeiro episódio. Quando Marty encontra o professor em 1955, e conta sobre a máquina do tempo que o professor terminaria em 1985, e que teria feito ele (Marty) parar ali, o professor diz que logo ele estará de volta ao futuro. E diz isso apontando para a câmera, para as platéias de 1985, para as platéias de sempre. A sacada de antecipar Chuck Berry também é muito boa. Infelizmente, o meu preferido de outrora revelou-se o mais frágil da série. O segundo episódio tem uma parte futurista muito fraca, com uma inverossimilhança que irrita (sim, tem situações inverossímeis que me irritam, mas são raras), e acontece o tempo todo: a pior vez é quando Marty conversa com o professor por walkie talkie escondido no banco de trás do carro de Biff, o arqui-rival de sua família. Apesar desses problemas, o filme engrena quando Marty é obrigado a voltar para 1955, e tem contato com ele mesmo na volta anterior. Tudo que acontece a partir daí será muito importante para o terceiro episódio, que é mais redondo, e encerra bem a trilogia.

sábado, 21 de abril de 2007

A Colheita do Mal (The Reaping), de Stephen Hopkins *

Hilary Swank está bem, mas irrita a construção que faz com que a personagem saia da crença absoluta em Deus a um ceticismo pedante, e volta à crença num piscar de olhos. Tudo bem que um trauma leva a essas coisas, mas foi volúvel demais. As soluções de casting e as reviravoltas poderiam ser mais interessantes, não fosse a mediocridade do diretor Hopkins, cujo melhor filme ainda é uma versão besta de Perdidos no Espaço para o cinema.

Motoqueiros Selvagens (Wild Hogs), de Walt Becker *

Tem seus momentos, graças principalmente ao elenco (com William H. Macy arrasando), e à predileção musical de Becker - em um momento começa uma música do ELO ("Showdown"), e, enquanto ela toca, um dos personagens diz "...let's face the music" (sendo Face the Music o nome de um disco de 1975 do ELO), uma bela homenagem. Mas é frouxo, com um mau uso do tempo das piadas, e situações que só estão ali para justificar gags que não funcionam, ou pelo menos não me fizeram ao menos querer rir. Tomem como exemplo a participação surpresa de Peter Fonda, que começa muito bem, mas vai se estragando rapidamente, tal qual uma piada que já nasce em franca decadência. Ah, tem a trilha musical também, daquelas que se ouve umas duzentas vezes num simples zapear pelos canais de filme das tvs pagas.

terça-feira, 17 de abril de 2007


Saiu do forno. Como dá trabalho essa danada. Começaremos a enviar para os assinantes amanhã. Algumas bancas de São Paulo também. No Rio de Janeiro a partir de quarta-feira, e em Belo Horizonte e Porto Alegre na semana que vem.
- John Cassavetes
- Maria, de Abel Ferrara
- Ozualdo Candeias
- Serras da Desordem, de Andrea Tonacci
- Batismo de Sangue e Hércules 56
- Baixio das Bestas
- O Hospedeiro
- Contos das Quatro Estações, de Éric Rohmer
- Dois filmes fodas do Wim Wenders, outros dois nem tanto.
- Stooges
- alguns grandes comebacks do mundo pop/rock
e vários outros textos...
Espero que gostem.
novos links adicionados:

sexta-feira, 13 de abril de 2007



O que me incomoda em O Cheiro do Ralo não é o protagonista ser escroto, ou ele ter um castigo no final - apesar de que aquele espancamento é de uma estupidez absurda. O que pega é a incapacidade de Heitor Dhalia em assumir que queria fazer um exercício de estilo, e de se livrar do texto do Mutarelli. O filme tem alguns bons momentos justamente quando foge de seu foco principal e abraça uma inconsequência estranha. Mas Dhalia realmente não se decide se continua brincando ou se segue com a história de um ser desprezível. E descamba totalmente a partir da rebelião dentro do escritório. Selton Mello está bem, mas não redime o filme de ser uma peça esquizofrênica que briga o tempo todo contra suas melhores possibilidades. Ainda assim, é um progresso em relação a Nina.

terça-feira, 10 de abril de 2007


Red Road, ou (Deus me livre!) Marcas da Vida, é um filme simpático de Andrea Arnold. É a constatação de que, para se lidar com um grande trauma, é necessário enfrentá-lo, domá-lo dentro de si. Tem algo dos Dardenne - menos no manejo da câmera do que na noção de lidar com o perdão e a culpa -, mas também tem uma postura muito sincera e vulnerável diante da dor, como condição inevitável da vida. Longe de ser um filme perfeito, ou mesmo redondo, Red Road está bem acima da média do cinema britânico
(incomoda o sotaque bizarro do inglês da Escócia, mais por ser quase indecifrável, mesmo para os ingleses, do que pela sonoridade rústica e esquisita, para não dizer feia).

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Top Cassavetes, enquanto a Paisà não vem...

1) Faces
2) Uma Mulher Sob Influência
3) Maridos (Husbands)
4) Amantes (Love Streams)
5) A Morte de um Bookmaker Chinês
6) Noite de Estréia
7) Sombras
8) A Canção da Esperança (Too Late Blues)
9) Gloria
10) Assim Falou o Amor (Minnie & Moskowitz)

só avisando que entre os quatro primeiros acontece praticamente um empate técnico.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Nova atualização no site da Paisà. Tem quadrinhos, livro, música, e, claro, cinema.

http://www.revistapaisa.com.br/anteriores/ed7/criticas.shtm#texto14

Ainda no setor propagandístico, tem esta série de debates que complementam o Prêmio Jairo Ferreira, a partir do dia 9 de abril, no Cinesesc.

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Dia 9-segunda
Mesa: Cinema Brasileiro - Geração 90-2000

Mediador: Cléber Eduardo (Cinética)
Debatedores: Ricardo Calil (NoMinimo) e Fernando Watanabe (Cinequanon)
A mesa discutirá os principais filmes brasileiros de 2006, com especial atenção para O Céu de Suely, O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias, Crime Delicado, Árido Movie e Estamira , onde vemos a força da presença de nomes da nova geração de cineastas nacionais.

Dia 10-terça
Mesa: A força do cinema americano

Mediador: Gilberto Silva Jr. (Contracampo)Debatedores: Cid Nader (Cinequanon) e Eduardo Valente (Cinética)
A mesa discutirá a permanência da força do cinema americano, mesmo em uma época de grandes pressões comerciais, a partir de filmes de alguns dos seus grandes autores exibidos em 2006, como Terence Malick ( Novo Mundo), Martin Scorsese (Os Infiltrados), Woody Allen (Match Point), Michael Mann (Miami Vice), Spike Lee (O Plano Perfeito) e M. Night Shyamalan (Dama na Água ).

Dia 11- quarta
Mesa: Família, Conciliações e Ressentimentos

Mediador: Sergio Alpendre (Paisà)
Debatedores: Cassio Starling Carlos (Folha de SP) e Francis Vogner dos Reis (Cinética)

A mesa discutirá questões relativas a representações da família e sua relação com a sociedade, através do tratamento de personagens e opções estéticas, tendo como principais exemplos os estilos marcantes de Michael Haneke ( Caché), Jean Pierre e Luc Dardenne (A Criança) e Pedro Almodóvar (Volver).

Dia 12 - quinta
Mesa: Estética e Amor na História
Mediador: Cesar Zamberlan (Cinequanon)

Debatedores: Rodrigo de Oliveira (Contracampo) e Filipe Furtado (Paisà)
A mesa discutirá filmes nos quais a História anda de mãos dadas com o amor e com a invenção de mundos ficcionais, como Amantes Constantes (de Phillippe Garrel), 2046 (de Wong Kar Wai), Labirinto do Fauno (de Guillermo del Toro)

domingo, 1 de abril de 2007

Olha, tem muita coisa do Bruno Barreto que eu acho no mínimo interessante. Romance da Empregada, Bossa Nova e O Casamento de Romeu e Julieta são belos exemplos de comédia de costumes, sendo que o primeiro tem um comentário social nada bobo, apesar de certa fragilidade dramatúrgica. Agora, Caixa Dois é repulsivo. Situações criadas a partir de arquétipos da tolice humana. Todos, todos, sem exceção, são de uma imbecilidade tamanha. nem mesmo atores brilhantes como Zezé Polessa e Fúlvio Stefanini salvam a encrenca. Deu tristeza, na verdade, porque parece que a mentalidade geral é a de que tem que tratar o público como se ele fosse débil mental para fazer sucesso. Como se não bastasse, o filme tem a câmera mais estúpida que se pode imaginar (descontando o mega-fiasco A Grande Família, claro, mas esse é hors concours). Estúpida em todos os sentidos, do enquadramento, à distância entre atores e lente; das movimentações inúteis às tremidinhas para se fazer de moderna. Tudo é uma gigantesca perda de tempo. E eu achava que veria uma boa comédia...