sábado, 9 de dezembro de 2006

Dois filmes de Martin Campbell. O primeiro, Fuga de Absolom, é bem fraco, e seu único interesse vem do paralelo que se pode fazer entre a trama que se desenvolve numa ilha presídio e a história da Austrália, antiga colônia penal britânica. Como Campbell é neozelandês, imagino que alguma analogia tenha sido pretendida pelo diretor. Se é que há mesmo uma rivalidade entre Austrália e Nova Zelândia. De resto, sobram soluções ridículas, vilões sem interesse e até mesmo um subtexto homossexual muito mal desenvolvido entre o personagem de Ray Liotta e o de Kevin Dillon.

Limite Vertical, por outro lado, é bem interessante, ainda que abuse das soluções dramáticas rasas, principalmente com as mudanças de atitude drásticas e previsíveis de Scott Glen. O personagem de Bill Paxton é de longe o mais interessante, mas a lição de moral que o filme tenta passar às custas dele quase joga por terra a boa aventura que acompanhamos. Formalmente, trata-se de um portfólio de imagens aéreas e gruas onipresentes, mas não dá pra negar que haja certo encanto no desafio à natureza que o filme propõe e no branco que invade o filme. Esse desafio, no entanto, só é possível graças à teimosia sem limites do personagem de Paxton, e de sua falta de escrúpulos. Porém, Paxton tampouco é um vilão. Quando muito ele é um elemento desestabilizador. Mas no final, percebemos que o fator complicador da história toda é menos a natureza indomável e mais a nitroglicerina, traiçoeira e cheia de manhas.