quarta-feira, 12 de setembro de 2007


Mais algumas notas, pra quebrar o gelo:
- Eu os Declaro Marido e... Larry, de Dennis Dugan, acaba sendo uma ode à liberdade, como bem atesta a canção do George Michael no final. As piadas grosseiras estão todas lá. Algumas são muito boas, outras são ridículas. O filme se revela muito mais do que ele mesmo parecia querer ser. Adam Sandler é a mulher do filme.

- O pior de Cidade dos Homens era o que estava no trailer. O óleo espalhado pelos corpos negros dos protagonistas, fazendo-nos lembrar que o cinema de Paulo Morelli é um cinema de publicitário, afinal. Mas o filme é bem superior ao Cidade de Deus, basicamente porque tem um diretor mais interessado em deixar que seus personagens cheguem até nós do que em brilhar com movimentos inúteis de câmera. E nem venham me falar de Scorsese, que o filme do Meirelles faz a câmera de Os Infiltrados ou O Aviador parecer pregada no chão com super-bonder.

- Angela: que diacho de filme é esse de Roberta Torre? É de 2002, mas só agora estréia. É enfadonho até não poder mais, com uma câmera que treme para se afiliar ao Dogma, mas se esquece que não é preciso tremer daquele jeito só por estar no ombro do operador. A não ser que a proposta seja ver como um bêbado capta imagens. Aí tudo bem. O que acontece é que nos últimos dez minutos o filme vira outra coisa, como se tivessem dado uma dose maciça de glicose e a diretora, movida por um jazz amalucado, resolvesse filmar bem pra dedéu, como até então o filme não dava sinal algum de ser possível. Não redime a chateação que é ver o filme inteiro, e a vontade de cair fora dali o mais rápido possível. Mas quem entrar na sala nos últimos dez minutos vai ficar com a impressão de que o filme é muito bom, no mínimo. Esses diretores estão cada vez mais esquizofrênicos.