Pintar ou Fazer Amor é um filme muito estranho. E sua estranheza é hipnótica. Tanto que eu assisti ao filme meio sonado durante toda a primeira metade (culpa também do cansaço). Depois entrei de vez no filme. Impressionou o uso das belas músicas, colocadas de maneira a não ser um reforço à narrativa. É algo insólito, uma utilização quase sempre inesperada, pela quebra de tom, e que reforça o lado hipnótico do filme. As cenas de escuridão total também merecem destaque, assim como as que revelam os olhares trocados pelos casais. E os Larrieu quase escapam de certa inconsequência dos personagens que habitam boa parte do cinema francês. Mas quando ele cai nessa inconsequência, e faz com que os personagens ajam como bonecos sem vida, não chega a incomodar, talvez até pelo clima construído desde o começo.
|