quarta-feira, 25 de maio de 2005

George Sidney é um especialista em charme na tela. Scaramouche é um dos filmes mais charmosos e deliciosos de se ver. Nunca havia visto Adeus, Amor (Bye Bye Birdie) por ter passado na TVA em fullscreen, sabotando os enquadramentos muito bem pensados, como sempre, do diretor. Mas minha memória tratou de apagar essa informação, e eu só descobri a lacuna olhando a seção de musicais da Lasermania. Incrível como o filme funciona tanto como comédia quanto como musical, mesmo com eventuais ingenuidades e algumas inconsequências (a maior parte delas muito divertidas). Parece um adulto tentando agradar um bebê, mas por incrível que pareça, me senti um bebê, e muito feliz. Os números musicais são fascinantes, alguns deles velhos conhecidos de documentários, em especial o momento mágico dos telefonemas, logo no início do filme: uma excelente utilização do split-screen, além de uma coreografia de câmera digna de Vincente Minelli (e dos Sidneys mais celebrados também). Ann Margrett está bela, ora com um aspecto infantil, ora adolescente, e de vez em quando com uma expressão de mulher madura no rosto. Uma senhora atriz, ainda com 21 anos. De Dick van Dyke eu vou sempre lembrar por Chitty Chitty bang Bang, filme que nem sei mais se presta, mas que foi um dos meus preferidos de infância. Quanto não cantei aquela musiquinha... Bye Bye Birdie (que em alguns momentos me lembrou os musicais, que vieram depois, de Jacques Demy) é tão bom quanto Scaramouche, melhor que Os Três Mosqueteiros e bem melhor que Pal Joey.