terça-feira, 28 de novembro de 2006















As Três Coroas do Marinheiro (Les Trois Couronnes du Matelot, 1983), de Raoul Ruiz, é um filme inesquecível. A câmera é colocada quase sempre nos lugares mais absurdos, mas não podemos dizer que é um exercício de maneirismo inútil. É maneirismo, e em muitos aspectos é um senhor exercício. Mas não é inútil. Ruiz usa o maneirismo para servir à atmosfera que pretende criar. Não é o caso de exibicionismo, já que as imagens parecem pedir um tratamento assim. Filme enevoado, parente próximo de O Manuscrito de Saragoça, pelo menos na estrutura (uma história que se abre dentro da outra, que já está dentro de uma outra)... arte do relato, do fantasmagórico...uma verdadeira obra-prima, que tem a cara do início dos anos 80.