sexta-feira, 15 de agosto de 2008

http://chiphazard.zip.net/

chip hazard em nova casa. post derradeiro (em minúsculas, para evocar o princípio deste blog).

derradeiro em termos, pois vi que no blog do Carlão o espaço acabou, e se isso acontecer este blogspot volta a pulsar (bem, os arquivos devem continuar por aqui).

espero que gostem. deve seguir a mesma pegada macaco: acertou ganha banana, errou leva choque.

relevem os posts iniciais (tamanho de foto, fontes, disposição). aos poucos vou aprendendo a mexer por lá.

para fechar da maneira esquizofrênica habitual. frase ouvida recentemente por um amigo meu, em Lisboa (homenagem aos amigos portugueses).

um homem diz para uma mulher, após três minutos de atraso de uma apresentação:

"o rigor da hora já se perdeu".

bela frase. porque nós, brasileiros, temos que maltratar tanto língua tão bela?

atualização: reparei, ao fazer os links do UOL, que o blogspot, sei lá por quê, invertia a ordem dos dois últimos blogs, o do Leandro e do Heráclito. Bizarra essa inversão. Será que o blogspot tem outra ordem alfabética? No Uol acabei copiando igual ao que estava, e só depois percebi.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Novamente a Dirigido por... Março de 2003, trechos de entrevista com Brian De Palma:

- Pero Femme Fatale no está acaso centrada en la historia de un personaje?

No. (...) Es una pelicula donde lo visual es más importante que los personajes y lo argumento.

- Como norteamericano, que pudiste mostrar de Paris que no muestran los franceses?

No creo que los franceses sepan cómo mostrar su propia ciudad. La mayoria de las peliculas que vemos que están filmadas en Paris tratan sobre dos personas que están hablando en un café. Me parece que no tienen una idea visual muy fuerte sobre la increíblebelleza que tiene esa ciudad y cómo se puede mostrar en una pelicula.

- Te has ganado la fama de ser un director que está siempre enojado. A que se debe tanta ira?

Que por qué estoy tan enojado? Tal vez porque creo que todo esse sistema no ha sido establecido para beneficiar a los realizadores creativos. Tenemos que luchar duramente contra la maquinaria de la comercialización para poder hacer buenas películas. Com este sistema se vuelve casi imposible poder hacer peliculas originales. (...) Cuando Tom Cruise me vino a ver y me propuso que hicieramos Misión Imposible 2, le pregunté si estaba loco. A quien se le ocurriria hacer dos veces la misma pelicula? Le pregunté si se le ocurría alguna otra razón que no fuera el dinero que ibamos a ganar y es lo que yo siempre me pregunto. Es que estamos en esto sólo para ganar dinero?

- Alguna vez ha sido un director feliz?

No, siempre he encontrado algo en esta profesión que me ha arruinado el día...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008


A foto acima é de uma das maiores obras-primas do cinema: O Intendente Sansho, de Kenji Mizoguchi. Ideal para ilustrar este post feito para anunciar nosso curso, a ser realizado de setembro a novembro.

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PANORAMA DO CINEMA JAPONÊS

Dividido em três módulos, o curso pretende dar um panorama desse cinema riquíssimo, muito falado, mas pouco visto e discutido que é o cinema japonês, com base na análise das obras de alguns de seus principais diretores. Todas as aulas terão um filme base, que será exibido na íntegra, e uma análise da carreira do diretor enfocado, com trechos de alguns de seus filmes mais importantes.

O módulo I abordará os mestres, desde o mais ligado a uma tradição contemplativa da cultura e da narrativa japonesa (Ozu) até o mais ocidentalizado (Kurosawa), passando pelos mestres no retrato das mulheres nipônicas (Mizoguchi e Naruse).

O módulo II analisará o cinema moderno japonês (que foi chamado de nouvelle vague japonesa), um cinema iconoclasta, de estéticas radicais e de algum escândalo, como por exemplo, Nagisa Oshima, o cineasta dessa geração mais famoso no ocidente em razão de seu Império dos Sentidos.

O módulo III buscará compreender os cineastas contemporâneos, as diferenças estéticas entre eles; a opção pelo cinema fantástico em Kiyoshi Kurosawa e a violência estetizada de autores como Takeshi Kitano.

MÓDULO 1 – OS MESTRES

(dia 4/09)

1) Yasujiro Ozu e a poesia do cotidiano.
-filme base: Bom Dia

(dia 11/09)

2) Kenji Mizoguchi: a força de um olhar.
-filme base: O Intendente Sansho

(dia 18/09)

4) Akira Kurosawa e o flerte com o ocidente.
-filme base: Trono Manchado de Sangue

(dia 25/09)

3) Mikio Naruse e a mulher japonesa.
-filme base: Mamãe

MÓDULO 2 - A NOUVELLE VAGUE JAPONESA

(02/10)

1) Nagisa Oshima e a ousadia conceitual
filme base: Juventude Desenfreada

(09/10)

2) Shohei Imamura e a marca da crueldade
filme base: Todos Porcos

(16/10)

3) Seijun Suzuki e a ousadia formal
filme base: Tokyo Violenta (ou A Marca de um Assassino)

(23/10)

4) Hiroshi Teshigahara: a parceria com o escritor Kobo Abe
filme base: A Mulher das Dunas

MÓDULO 3 - O CINEMA JAPONÊS CONTEMPORÂNEO

(30/10)

1) Takeshi Kitano: a versatilidade
filme base: Hana-bi

(6/11)

2) Kiyoshi Kurosawa: o verdadeiro novo mestre do Terror
filme base: Cure

(13/11)

3) Hirokazu Kore-eda e o místico oriental
filme base: Depois da Vida

(20/11)

4) Takashi Miike: entre a sugestão e a ultra violência
filme base: Audition

O curso tem um total de doze aulas, de três horas e meia cada.

Às quintas-feiras, das 19h30 às 23h.


Professores:

Sérgio Alpendre é editor da Paisà e redator da Contracampo.

Francis Vogner dos Reis é redator da Cinética e da Paisà.

Filipe Furtado é editor da Paisà.

QUANTO: R$ 400,00 em duas vezes, ou R$ 350,00 (em uma parcela).

ONDE: Rua Aureliano Coutinho, 278 - conj. 32
Higienópolis - São Paulo Fone: 3825-8141 / 7414-3534

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O primeiro Antonio Reis (foto) a gente nunca esquece. Sensacional Trás-os-Montes, que ele fez com sua mulher Margarida Cordeiro em 1976. Moradores de várias aldeias da região (norte de Portugal) interpretando o próprio cotidiano. São emocionantes as seqüências de fábula, que invadem o documental com uma sutileza incrível. Diante de um filme desses eu nem sei bem o que dizer. Fico pasmo, emocionado, intrigado, e sem palavras. Lembrei de Straub, claro, e por conseqüência de Pedro Costa (em alguns momentos), de Veredas, do Monteiro (que pelo que me lembro e pelo que conversamos depois da sessão, se passa na mesma região), dos primeiros do Herzog. Fiquei procurando a aldeia do meu avô, Guarda, ou a da minha avó, Fetera. Mas elas não aparecem no filme. Devem ser de outra região. Uma delas, diziam na família, era cercada por montanhas, e de difícil acesso.

sábado, 2 de agosto de 2008

Vários filmes de Aleksandr Ptushko (http://www.imdb.com/name/nm0699693/) estão disponíveis no Karagarga. Alguns estão no emule também. São raríssimos, e muito bons. Ptushko tinha um senso incomum para o uso das cores, sabia pintar com a câmera, para usarmos mais um clichê. Suas obras são sempre fantásticas, como o primoroso Sadko (Simbad em russo, de 1953), que nada deve aos de Nathan Juran e Gordon Hessler (na verdade, é melhor), apesar do genial Ray Harryhausen não estar neles com seus efeitos especiais. Outro filme de destaque é Ilya Muromets, de 1957, igualmente impressionante no uso das cores e no respeito às entonações dos atores (nunca soterrados pelos efeitos especiais). Agora apareceu aquele que é seu filme menos desconhecido entre os cinéfilos brasileiros: Flor de Pedra, de 1946 (foto), igualmente fantástico. Existem duas cópias disponíveis. Uma delas está toda picotada, mas preserva o colorido original, que é de arrepiar. A outra está toda em sépia, perdendo o que seria seu maioir trunfo, mas já me disseram que está em melhor estado de conservação. Apareceu também sua versão para A Viagem de Gulliver, que explora animação de massinhas (os liliputianos) e um ator de verdade (Gulliver). Vale a pena ir atrás desse cineasta que nunca deverá ser reconhecido como um dos grandes. Aliás, vale avisar que já li seu nome de outras maneiras. Ptchuko é uma delas. Patushko é outra.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Pego o jornal de hoje para ver as estréias de cinema e o que encontro? Sub cinema comercial de países diferentes. Daniele Luchetti (de filmes ordinários como A Escola), volta com Meu Irmão é Filho Único. Um dos genéricos mais desinteressantes de Hollywood volta com um terceiro episódio, A Múmia - Tumba do Imperador Dragão. Quem viu o trailer de Quando Estou Amando, de Xavier Gianolli sabe que dá para esperar, no máximo, que o filme não seja constrangedor. Em cartaz, dá para contar nos dedos de uma mão os grandes filmes: Allen, Chabrol, Kar-wai... nomes já tarimbados, que mesmo assim de vez em quando falham de aparecer em nossos cinemas.

É por isso que quando aparece um filme melhorzinho como A Questão Humana muita gente recebe como se fosse uma obra-prima, ou um filme besta como O Segredo do Grão passa como se fosse grande arte. Ou ainda o Batman - do qual até gosto - é saudado como uma lição de dramaturgia, o que permite reações igualmente exageradas de quem só o enxerga como lixo.

Sei lá... não gosto desse tipo de post apocalíptico, que fica parecendo mais auto-promoção (posar de rigoroso e revoltado sempre causa impressões, boas e más), e vocês bem sabem que eu estou de saco cheio de tanta auto-promoção que vejo por aí. Ainda mais que sempre aparece quem diz que as coisas sempre foram assim, que os períodos de vacas magras sempre aconteceram no circuito comercial (o que não deixa de ser verdade, mas desta vez as vacas já morreram de desnutrição). Mas não podia deixar de traduzir em palavras um estado de desânimo com essas distribuidoras cautelosas demais e de gosto médio demais, e com a impressão de que as coisas só vão piorar com essa maldita projeção digital. Claro que um Straub não tem espaço neste cenário, nem mesmo um Rohmer, e até De Palma quando ousa um pouco mais é desprezado. Assim, volto às raridades que posso ver em casa, como o belíssimo Une Page Folle, de Teinosuke Kinugasa, que, como maneira de enfrentar a mediocridade vigente, coloquei para ilustrar o post.